terça-feira, 16 de agosto de 2011

Rio: morte de juíza expõe corrupção policial, afirma Anistia Internacional

A organização de direito humanos Anistia Internacional condenou a morte da juíza Patricia Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, vítima de emboscada e execução na madrugada da última sexta-feira (12). Em nota, a entidade afirmou que “o assassinato de um juiz por homens armados destaca os profundos problemas da cidade (Rio de Janeiro) com a corrupção policial e o crime organizado”.
- O assassinato brutal de Patrícia Acioli expõe uma situação profundamente preocupante – disse o pesquisador da Anistia Internacional, Patrick Wilcken.
A organização enfatizou ainda que a morte “de um juiz que estava simplesmente realizando seu dever desferiu um duro golpe para o Estado de Direito e o sistema judicial no Brasil” e que era preciso “uma investigação completa e independente” para levar os responsáveis à Justiça.
A Anistia Internacional destacou que muito mais precisa ser realizado para erradicar o crime organizado no Rio de Janeiro. “As autoridades federais, estaduais e municipais devem implementar medidas coordenadas” e “fornecer a proteção adequada para os envolvidos na investigação”, reprimindo policiais corruptos e gangues criminosas.
Afirmou ainda que, apesar das mais de 500 prisões efetuadas após a instalação da CPI das Milícias na Assembleia Legislativa fluminense, em 2008, desde então, “pouco tem sido feito para combater as atividades ilegais econômicas que alimentam” esses grupos. Na avaliação da entidade, um passo importante é a repressão à “economia paralela que sustenta e consolida a corrupção policial e o crime organizado”.
A entidade internacional lembrou que Patricia Acioli era conhecida como uma “juíza inflexível” e que durante a última década, havia condenado cerca de 60 policiais envolvidos em esquadrões da morte e milícias. A magistrada foi executada com 21 tiros, quando chegava em casa, no município de Niterói.
Terra Magazine

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